Policial aponta arma para estudante durante protesto em Goiânia

Uma manifestação de estudantes secundaristas contrários à privatização do ensino estadual de Goiás terminou em confusão nesta segunda-feira (4). Durante o ‘cadeiraço’ promovido no Setor Jardim Nova Esperança, em Goiânia, um homem apontado pelos manifestantes como sendo um policial descaracterizado (os chamados ‘P2s’) chegou a apontar uma arma de fogo próximo ao rosto de um jovem.
No início de dezembro, secundaristas de Goiás iniciaram a ocupação de escolas no Estado, seguindo o exemplo dos protestos ocorridos semanas antes em São Paulo. Eles são contrários ao projeto do governo Marconi Perillo (PSDB) de transferir a administração do ensino estadual para as Organizações Sociais (OSs), o que significaria, de acordo com o movimento, uma privatização das escolas.
manifestação de estudantes secundaristas (Crédito: Reprodução)
manifestação de estudantes secundaristas (Crédito: Reprodução)

O protesto desta segunda-feira ocorria sem problemas ao longo da tarde, com bloqueios de algumas avenidas da capital goiana. O tumulto veio com a repressão da polícia e a tentativa de um motociclista em furar o bloqueio dos estudantes. Ele acabou derrubado e, segundo o G1, sofreu ferimentos na cabeça. Nem a Polícia Militar, nem a Secretaria de Segurança Pública de Goiás se pronunciaram sobre o assunto.
Os secundaristas reclamam que o governo estadual não tentou em nenhum momento dialogar sobre o projeto, que segue em andamento e sem sinais de que poderá ser rediscutido. “O processo educacional é muito complexo e a OS é a ferramenta que temos agora para tirar o sistema da inércia. O Brasil não pode continuar patinando e esse avanço vai começar por Goiás”, disse a secretária de Educação do Estado, Raquel Teixeira.
O governo goiano diz que a “gestão compartilhada” não se trata de privatização e vai beneficiar o ensino estadual, com “a mesma verba, mas de forma menos burocrática”. “A sociedade vai encontrar salas de aulas com professores e diretores valorizados e estrutura adequada. Isso vai refletir diretamente na qualidade de ensino do aluno. Os pais não vão pagar nada mais por ter escolas nos padrões das melhores unidades particulares do País”, emendou a secretária.
Até o momento, 24 escolas estão ocupadas por secundaristas no Estado, sendo 11 delas emGoiânia.