Lula aceitaria participar das decisões do governo como conselheiro



Na segunda-feira (28), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que quer participar das decisões do governo, ainda que seja sob a condição de conselheiro.

O “plano B” foi bolado na semana passada por Jaques Wagner, chefe do Gabinete Pessoal da presidente Dilma Rousseff. Isso porque há um risco de o ex-presidente não assumir a Casa Civil devido a uma batalha judicial.

O ministro Jaques Wagner, no último dia 23, foi deslocado do comando da Casa Civil para a chefia de gabinete de forma a abrir espaço para Lula no ministério, disse que caso o ex-presidente não possa assumir como novo titular da pasta deve ser mantido no governo em outra posição, como assessor especial. Caso vire ministro, terá direito a mais benefícios do que hoje, como ex-presidente. As regalias incluem salário de R$ 30,9 mil, carros oficiais e auxílios moradia e alimentação.

Lula afirmou, em entrevista à mídia internacional, em São Paulo, que o governo precisa fazer desonerações e adotar outras medidas para que a economia possa voltar a crescer, numa aposta no potencial do mercado interno do Brasil.

O ex-presidente acusou a oposição do governo de impedir que a presidente governe e a mídia de criar um clima de ódio no país, que ele comparou com a situação vivida na Venezuela.

O petista, que teve conversas interceptadas pela Polícia Federal em meio às investigações da Lava Jato e divulgadas pela Justiça, criticou o que chamou de “Big Brother” nos métodos investigativos da operação e defendeu as ações tomadas durante seu mandato, entre 2003 e 2010, para fortalecer a Polícia Federal e a liberdade de investigação.

Um dia antes da reunião do diretório nacional do PMDB que discutirá se o partido desembarca ou não do governo, Lula disse ver com “certa tristeza” a possibilidades de os peemedebistas abandonarem o governo. Para ele, no entanto, ainda é possível um acordo que mantenha a legenda, a maior da base de apoio a Dilma, vinculada ao governo.

O ex-presidente disse ter convicção de que pode contribuir com o Brasil e acredita ser possível mudar o humor do país em poucos meses. Lula voltou a defender Dilma e disparou contra os apoiadores do impeachment da presidente. “Impeachment sem base legal, sem crime de responsabilidade, é golpe”, disse Lula aos correspondentes. “É muito importante não brincar com a democracia.”, disse.