O que é massa de manobra?




"Não há democracia efetiva sem um verdadeiro crítico"


Massa de manobra se refere ao conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu, onde a sociedade é conduzida por uma ideologia dominante, se anulando enquanto ser histórico e protagonista.

Traduzindo, massa de manobra é um grupo de pessoas que são motivadas por uma opinião ou ideologia pré-formada por um grupo político, mídia, ou de outra forma, para fazer passeatas ou movimentos para defenderem a ideologia sob a qual estão influenciadas. É como se fosse um gado que os vaqueiros conduzem para onde querem.

Ou seja, massa de manobra somos todos nós, que acreditamos nos políticos que fazem o que querem com nosso dinheiro. É o povão que permite ser enganado por falsos governantes. Como os que ganham benefícios do governo e votam no mesmo só por causa disso, sem se importar se o governo é bom para o país.

Um forte exemplo brasileiro do que é massa de manobra é o Movimento dos Sem-terra – o MST – criado por um grupo deintelectuais e espertos. Com a criação da filosofia dos sem-terra conseguiram montar uma logística muito bem azeitada com dinheiro público e criaram uma massa de manobra que assusta. Talvez a criação do movimento até tenha sido justa e autêntica, mas o que se vê hoje é um grupo fora – da – lei que age de acordo com suas próprias noções de justiça, ignorando o Estado de direito.

Eles conseguem fazer pressão tanto nos fazendeiros com suas invasões arbitrárias, quanto ao próprio governo que se vê obrigadas a apoiá-los, sendo refém com as ameaças veladas de se desestabilizar o sistema com ondas de saques e terror no campo.

Isso é a massa de manobra, pessoas que não sabem a que vieram e nem sabem para onde vão. Só sabem que vão ao sabor dos conselhos dos dirigentes dos movimentos e ideologias dos quais participam ou seguem.

Admirável Gado Novo

A música Admirável Gado Novo (Vida de gado) do Zé Ramalho explicita bem esse ponto de vista:


Eh, ôô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz.

Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos, do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber.

E ter que demonstrar sua coragem
A margem do que possa aparecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem, lhe comer.

Lá fora faz um tempo confortável
À vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal

E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou

O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores, tempos idos
Contemplam essa vida, com a cela.

Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo, se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar.


Por Ronaud Pereira